Linkin Park provoca histeria coletiva em show com 75 mil pessoas

11 de setembro de 2004 Off Por OldSchool

São Paulo, 12/09/2004
– O som ruim não atrapalhou a noite do Linkin Park em São Paulo

SÃO PAULO (Reuters) – Choros, ataques de desespero e gritos, muitos gritos. Pode parecer o cenário de uma apresentação de uma boy band, mas não é. O rock-rap do Linkin Park transformou o Estádio do Morumbi, na noite de sábado, numa verdadeira histeria coletiva adolescente.

Pontualmente às 22h, a banda entrou no palco com a introdução “Foreword”, emendada com “Don’t Stay”, sendo impossível ouvir qualquer som do palco, tamanha gritaria dos fãs. O show foi o primeiro e único da banda no Brasil, que encerrou aqui a turnê do disco “Meteora”, lançado em 2003.

Com um palco considerado simples para uma das maiores bandas de rock da atualidade, o Linkin Park só precisou de um logotipo do grupo como pano de fundo e quatro minúsculas plataformas.

Se na teoria as plataformas não chamam muita atenção, na prática a tática funcionou bem. Cada vez que um integrante subia em uma delas, os gritos do público aumentavam ainda mais.

“Papercut” provocou o primeiro dos muitos coros da noite, quando literalmente o chão do estádio tremeu. Com apenas 10 minutos de show era possível encontrar adolescentes se descabelando e desmaiando no gramado.

Era difícil imaginar que a histeria poderia aumentar, até a banda começar a despejar seus hits, um atrás do outro. O vocalista Chester Bennington não agradeceu várias vezes a platéia à toa, principalmente em “From The Inside”, quando os berros alucinados das 75 mil pessoas que lotaram o Morumbi encobriram o playback descarado de sua voz.

Em seguida veio a maior surpresa da noite, quando o vocalista Mike Shinoda ficou sozinho no palco com um teclado e começou a tocar o sucesso “Breaking The Habit”. Alguns fãs se assustaram e somente depois do primeiro verso é que todo grupo entrou em cena para executar a canção em sua forma original.

Antes de “Faint”, e debaixo de uma intensa garoa, Bennington disse que esse foi o maior e melhor show que a banda já fez em toda sua carreira. Enquanto a platéia berrava sem parar o nome do grupo, eles iniciaram “In The End”.

Apesar de toda agitação, a cena mais comum da noite era de adolescentes acompanhados pelos pais ou até de toda a família. Enquanto pulavam sem parar, seus pais ficavam de braços cruzados e não desgrudavam deles.

Foi o caso do profissional de informática Reynaldo Junior, de 34 anos, que não só levou a filha como também a sobrinha ao Morumbi.

Para o bis, reservaram “Crawling”, trazendo a bandeira brasileira ao palco, e “Wish”, cover do Nine Inch Nails, que por ser mais desconhecida, foi o único momento calmo da apresentação.

“One Step Closer” finalmente encerrou o espetáculo depois de apenas uma hora e quinze minutos, mas foi difícil deixar a banda ir embora, tanto que alguns integrantes ficaram agradecendo a calorosa recepção por um bom tempo.