PANÁTICOS NEWS – EDIÇÃO Nº 01/2004

28 de novembro de 2004 Off Por OldSchool

BOM DIA QUERIDOS INTERNAUTAS, SEJAM COMO SEMPRE BEM-VINDOS!

SAIU NA…


 

 BASTIDORES DE GRAVAÇÃO DO NOVO CLIPE DA PITTY!!!

MÔNICA BERGAMO



Ana Ottoni/Folha Imagem

A roqueira Pitty caminha entre figurantes nus em cena do clipe “Semana que Vem”; cachê de R$ 100 para cada um dos 20 atores

O rock da vovó

“Será que eu vou ser uma velhinha bocuda, igual à Dercy Gonçalves?”, questiona a roqueira Pitty, 27, enquanto recebe de Pietro Schläer, especialista em efeitos especiais, as primeiras pinceladas de maquiagem. “Agora você vai ficar com a cara que terá aos 65 anos. É um ótimo teste para futuro marido!!”, comenta ele. Coladas na parede, fotos de Ruth Cardoso e Zilda Arns servem de inspiração para a mudança -o envelhecimento da baiana Pitty, cantora-revelação do rock nacional, para a gravação de um clipe. “Quero ficar uma velhinha gostosa”, diz ela.
Uma hora de trabalho e a Pitty “sessentona” fica pronta. “Está uma coisa meio Odete Roitman”, avalia o diretor Maurício Eça, que coleciona clipes premiados como “Diário de um Detento”, dos Racionais MCs. O envelhecimento se limita ao rosto, como mostra o vestidinho curto. “É que eu sou parente da Hebe. Passa o tempo e as pernas continuam “style'”, diz ela.
Cinqüenta profissionais a aguardam no estúdio. “Ancião cansado chegando! Vamos começar logo!”, brinca Sérgio Mastrocola, que completa com Eça e o argentino Pablo Nobel o trio de diretores do clipe. Dentro de um carro, Pitty finge dirigir pelas ruas de SP.
Ela põe a cabeça para fora da janela, ao sabor do vento fictício e da neblina de gelo seco. “Não deixe nada para depois/ Não deixe o tempo passar/Não deixe nada para a semana que vem/ Porque a semana que vem pode nem chegar”, canta. E surpresa: chora de verdade. “Tentei segurar, mas não deu.” Enxugando as lágrimas, Pitty volta ao camarim. Sairá de lá após quatro horas, dessa vez aparentando 85 anos. Pietro começa o trabalho passando uma base sobre o rosto da roqueira. Depois cola pedaços de látex no pescoço, para simular a pele enrugada, e também no queixo, nas bochechas, no buço e na testa. Aumenta os lóbulos das orelhas de Pitty. “O envelhecimento tem que acompanhar o rosto de cada um. No caso dela, que tem o rosto mais cheio, tem que fazer bochechinhas caídas”, explica Pietro, que se especializou em Los Angeles, nos EUA.
 Pitty passou as quatro horas da maquiagem praticamente calada. Tranqüila, só se levantou da cadeira uma vez, para ir ao banheiro. “Semana que Vem”, o quinto clipe da carreira da roqueira baiana, que vai ao ar em dezembro, é também o mais caro. Custou R$ 80 mil, contra R$ 20 mil dos outros quatro. Um dia antes da cena do envelhecimento, Pitty gravou uma cena em que pulou corda sobre os corpos de 20 figurantes nus. A explicação do diretor Eça: “Quisemos fazer uma crítica à banalização com que o sexo e a nudez são expostos na mídia”.
A baiana Pitty (Priscilla Leoni) surgiu no cenário underground de Salvador, tocando de graça numa banda chamada Inkoma.
“Quando rolava uma “cerva” [cerveja], já era bom demais”, diz ela, que foi garçonete e vendeu sanduíche na praia.
Pois hoje Pitty, que mora num flat em Higienópolis, SP, é uma cantora premiada pelo público. Já vendeu 130 mil cópias de seu único disco, “Admirável Chip Novo”, e ganhou os prêmios de melhor videoclipe de rock e de audiência do VMB.