ESPECIAL: OS TAIS RINGTONES DO SEU APARATO CELULAR
Música no celular gera disputa de lucros
De acordo que distribuir música pelo celular, sim, é um bom negócio, indústria fonográfica, sites de venda de “ringtones”, operadoras de telefonia móvel e fabricantes de aparelhos presentes ao Midem, maior feira da indústria fonográfica independente, que acontece até quinta-feira, em Cannes (França), partiram para um novo round de discussões: agora que o bolo está crescendo -em 2004, as vendas globais de conteúdo para celular atingiram US$ 8 bilhões- quem vai ficar com a maior parte?
“As operadoras vão revender diretamente para os consumidores. Temos responsabilidade sobre como a música é apresentada, embalada e quanto ela vai custar”, declarou Graeme Ferguson, diretor de conteúdo da Vodafone, maior operadora de telefonia celular da Europa, com cerca de 150 milhões de assinantes. “Nossa competição nesse mercado não é necessariamente com outras operadoras, mas com outros serviços de venda de música.”
A afirmação gerou polêmica, no domingo, em um fórum do Midem especialmente dedicado ao assunto, que incluía representantes das principais partes interessadas. “O que a Vodafone sabe sobre vender música? Isso deve ser deixado para quem sempre teve uma relação de confiança com seus clientes”, rebateu Richard Huntingford, do grupo Chrysalis.
Ainda que concordassem sobre quem deveria vender o seu conteúdo (para uns a relação com as operadoras é ótima, para outros, a relação com sites como o iTunes é melhor ainda), não há nem mesmo um consenso entre as próprias gravadoras e as editoras que detêm os direitos das composições de seus artistas.
“Independentemente do modelo que formos seguir, precisamos estar no mercado e, desta vez, de uma maneira pró-ativa”, concluiu Cedric Ponsot, da divisão portátil da Universal.
Homenageado do ano na “saison culturelle” francesa, o Brasil é um dos principais destaques de hoje do Midem. O dia começa com uma coletiva com José Carlos Costa Netto, da Brasil Música & Arte, e André Midani, que anunciará os mais de cem shows de artistas brasileiros que a França sediará a partir de março deste ano. E a “avant-premiere” é hoje, quando o cantor Seu Jorge, o grupo Cordel do Fogo Encantado e o bandolinista Hamilton de Holanda se apresentam.
Por Diego Assim da
FOLHA