PANÁTICOS NEWS: GRAMMY AWARDS!
Importância do rap e do hip-hop aumenta no Grammy Awards
Por Gail Mitchell e Melinda Newman
LOS ANGELES (Billboard)
– O rap e o hip-hop ganharam um nível inusitado de influência sobre a cultura norte-americana e em nenhum lugar isto está mais evidente do que na hegemonia da música urbana nas indicações para a 47a edição anual do Grammy Awards, que acontecerá em 13 de fevereiro no Staples Center, em Los Angeles.
Artistas de rap ou hip-hop já foram indicados ou venceram antes nas quatro categorias mais importantes –álbum, canção do ano, disco do ano e melhor artista revelação. Mas nunca antes sua presença foi tão ampla.
Kanye West é lider absoluto em indicações, com dez. Depois dele vêm Usher e Alicia Keys, com oito indicações cada.
CRIANDO PRECEDENTES
Os três são candidatos a álbum do ano. É a primeira vez que três lançamentos urbanos competem por esse troféu no mesmo ano.
Os três álbuns em questão já venderam vários milhões de cópias cada. “Confessions”, de Usher, vendeu 8,2 milhões de exemplares, “The Diary of Alicia Keys” vendeu 3,9 milhões e “The College Dropout”, de Kanye West, 2,5 milhões.
“O fato de artistas de R&B e hip-hop terem recebido o maior número de indicações prova que o resto do mundo está entrando em nossa onda”, diz Jermaine Dupri, presidente da Virgin Records Urban Music e ele próprio indicado este ano.
Clive Davis, presidente da BMG North America e também do selo de Alicia Keys, a J Records, acha que os rappers anteriormente indicados e vencedores Sean “P. Diddy” Combs, Lauryn Hill, OutKast e The Fugees lançaram as bases para os resultados de hoje.
“Esse tem sido um processo evolutivo e revolucionário que culminou com a aprovação crítica deste ano”, disse ele.
Outros, entretanto, acham que os eleitores do Grammy simplesmente estão se adequando aos gostos contemporâneos.
ATUALIZANDO OS GOSTOS
As indicações ao Grammy também são resultado direto de iniciativas tomadas pela Academia de Gravação para incluir mais especialistas em rap e hip-hop em seus quadros, de modo a refletir os gostos atuais.
Reconhecendo a evolução vivida na música negra, a academia foi incluindo várias categorias de R&B e rap ao longo dos anos: melhor álbum de R&B contemporâneo (para projetos que fundem R&B e hip-hop), melhor performance urbana/alternativa, melhor colaboração rap/cantada e melhor canção de rap.
O presidente da Universal Records, Monte Lipman, diz que as indicações deste ano são em parte um reflexo desses esforços. “Nos últimos anos houve muitas queixas porque alguns grandes artistas contemporâneos foram preteridos em favor de outros mais estabelecidos, então houve muita frustração”, disse ele. “Os Grammys fizeram um bom trabalho de atualização.”
O Grammy foi criticado por agir com cautela em relação a indicações e troféus para rap e hip-hop, no passado, e também por não televisionar as entregas de troféus de rap em 2004.
Embora o OutKast tenha ganho álbum do ano na cerimônia de 2004 por “Speakerboxxx/The Love Below”, alguns setores questionaram por que 50 Cent não foi indicado para melhor álbum e por que não venceu em nenhuma das cinco categorias em que foi indicado. O único outro álbum de rap indicado para álbum do ano foi “Under Construction”, de Missy Elliott.
INCENTIVO ÀS VENDAS
Mesmo para um artista de enorme sucesso, como Usher, a exposição proporcionada pelo Grammy é capaz de impulsionar suas vendas.
“O mundo está mudando”, diz o ex-presidente da Motown Clarence Avant. “A música negra sempre foi uma força dominante neste país. Mas sempre fomos a terceira pessoa na fila.”
“Havia Louis Armstrong e Duke Ellington, mas os prêmios iam para Benny Goodman e outros. No cenário do rock ‘n’ roll, havia Little Richard e Chuck Berry, mas os prêmios ficaram com Elvis Presley. Fico feliz pelo fato de o Grammy ter decidido dar crédito ao hip-hop dentro da paisagem musical maior. O rap/hip-hop já assumiu seu lugar no mundo da música, já virou um fator de primeira grandeza.”
FONTE: UOL MÚSICA / EDIÇÃO PANÁTICOS DE PLANTÃO