O FENONEMO DO SANDUÍCHE-ÍCHE-ÍCHE

25 de março de 2005 Off Por OldSchool

Ruth Lemos é fenômeno de mídia

 

Ao criar involuntariamente o bordão “sanduíche-íche-íche” , nutricionista tornou-se superpopular na Internet, mas se sente incomodada


 

SCHNEIDER CARPEGGIANI

 

No dia 26 de agosto de 2004, a nutricionista Ruth Lemos deu uma entrevista, ao vivo, para a repórter Bianka Carvalho, da Rede Globo. O motivo era a comemoração do dia do nutricionista. Por um problema no ponto, as últimas sílabas das palavras da entrevistada saíram repetidas. Seis meses depois, o vídeo foi parar no programa do Pânico, da Rede TV, que desde então já o exibiu diversas vezes. Todas elas a pedido dos telespectadores. O que poderia ter sido mais um simples problema técnico, sem maiores conseqüências, virou uma verdadeira coqueluche nacional, um fenômeno midiático, no jargão dos estudiosos da comunicação.

O vídeo, claro, caiu na Internet e até ganhou diversas versões musicais. Em uma delas, samplearam a voz da nutricionista no momento em que ela repete a palavra “sanduíche-íche-íche”, por cima de uma base de funk carioca. O Orkut também se aproveitou da brincadeira. São diversas as comunidades em torno de Ruth Lemos, com nomes como “Ruth Lemos Mudou a Minha Vida”. Em várias delas, milhares de internautas se debruçam na troca de informações sobre a nutricionista.

Em algumas dessas comunidades, é possível fazer o download da entrevista e do funk do “sanduíche-íche-íche”. Até uma suposta “Ruth Lemos” entrou no Orkut para discutir sobre a “sua entrevista”. Na semana passada, o bordão “sanduíche-íche-íche-íche” foi usado na campanha publicitária de uma casa noturna do Recife.

De acordo com o técnico de som Carlos Beco, o ponto é um aparelho em que a pessoa escuta alguém dizendo o que ela deve falar, ou mesmo sua própria voz previamente gravada. “A partir de um atraso de 0,1 segundo, já é possível sentir alguma diferença na fala da pessoa.”

O técnico afirmou que um problema como o que ocorreu com Ruth Lemos não é comum. “Ela ficava repetindo as últimas sílabas das palavras. Não é fácil algo assim ocorrer”, esclareceu.



 

Fonte: Jornal do Comércio


Edição: Panáticos de Plantão