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Sobre o assédio dos fãs, DJ Ross diz que não tem nada demais, “ele é o combustível do nosso trabalho”, e tem especial lembrança dos brasileiros, “um povo único”, mesmo quando se lembra das festas que já comandou na Rússia, Espanha e Áustria, onde a dance music é bem cotada. Declarou que a dance music mais interessante pertence aos anos 70. Do Brasil, os três pouco conhecem o que é produzido na cena eletrônica, e DJ Ross dá a justificativa da diluição: “nem dá para saber se o som é brasileiro ou não, porque a música hoje está unificada, espalhada pelo mundo”.
Para abrir o show, foram escalados dois brasileiros: Dalimas e Daytona. Damilas é uma bonita loira formada em Economia que passou 2004 sendo backing vocal no Domingão do Faustão. “A responsabilidade era grande devido à audiência alta e lá eu precisava interpretar tudo, até a Egüinha Pocotó”. Antes da experiência na televisão, Dalimas participou de dois grupos Geração Espontânea e Irmã Dulce. “Irmã Dulce porque tocamos por aí dois anos de graça. E o pior é que, na primeira vez que recebemos cachê, o cheque era sem fundo”.
Agora a loirinha quer percorrer as casas noturnas brasileiras para divulgar seu trabalho que foi levantado por hits como Angel e Living on a prayer . Diz que não sofreu preconceito por fazer dance music . “Ao menos no nosso meio, foi tranqüilo. Só senti certa discriminação na escola de música, quando estudei canto lírico”, conta Dalimas. Por falar em preconceito, quem sentiu foi o Daytona (Drico Mello). “Quando dou uma cara eletrônica aos rocks dos anos 70 e 80, o povo meio que se revolta, os roqueiros tem aquele jeito que não se mistura, mas é assim mesmo, faz parte do jogo do mercado e eu estou tentando ocupar o meu espaço”. É amigos de vários roqueiros como Supla, Paulo Miklos e Edgar Scandurra. E até já recebeu ligações de gente do rock-‘n’-roll para parcerias.
Por ser difícil enquadrar o rock na batida eletrônica, Daytona diz que teve de estudar pra caramba. “O que fiz por brincadeira virou coisa séria”. Por brincadeira, entenda o rolê que Daytona deu nas casas noturnas da Europa, quando lá foi estudar cinema. Ele ia trocando idéia com os músicos, os DJs, e sempre com o rock na cabeça, até estourar também aqui no Brasil com Rock and Roll All Nite , tocada pelo Kiss. “O pessoal pensa que sou gringo, por isso no show vou falar que sou é brasileiro”.
Gorós e downloads
As maiores atrações da dance music não falaram apenas do Festival . DJ Frank do Underdog Project mostrou sua raiva ao dizer o que pensa sobre pirataria e MP3. “Fico louco com pirataria. Você trabalha no estúdio dias e dias e depois vê sua música por aí. Mas é complicado porque, se não fossem tecnologias como o MP3, minhas músicas não rodariam o mundo, não teriam o mesmo sucesso”. DJ Frank também alertou para o fato de que a mais nova geração não tem noção de direito autoral para músicas. “É difícil explicar para o meu sobrinho de 16 anos que é preciso pagar por música, que tem alguém trabalhando para criar a música e esse esforço precisa ser compensado”.
Sobre a medida do governo italiano de obrigar as casas noturnas a fecharem mais cedo, por conta dos acidentes provocados por gente que dirige bêbada, DJ Ross disse que ela não vai ter resultados. “Se o cara quer pegar o carro, ficar louco, e aprontar, ele vai fazer isso mesmo que a balada seja fechada de uma vez, mas entendo que as pessoas façam mesmo a associação quando lêem no jornal que os jovens estavam voltando de uma balada ao sofrerem o acidente”.
Planet Pop Festival tem o patrocínio da operadora de celulares Claro e da Building Records, gravadora nacional que lança os artistas brasileiros de dance music. Os ingressos para pista custam R$ 120, para o mezanino R$ 150 e para o camarote R$ 200.
MATÉRIA DO SITE DA JOVEM PAN