SAIU NO ULTIMO SEGUNDO

12 de abril de 2005 Off Por OldSchool

  Uma atual e controlada Mariah Carey


 

Encarte do novo cd — Site oficial
http://www.mariahcarey.com



 



 

Mariah Carey joga com segurança em seu novo álbum, The Emancipation of Mimi (“A Emanciapação de Mimi”) (Island), mas ela também se compromete com algo: o sintetizado e fluido blues que ataca no meio do caminho de sua carreira explosiva.



De repente, e é o que parece, as baladas acrobáticas em abundância e o pop cintilante que se apresentavam em milhões de álbuns vendidos na década de 90 foram colocados de lado para abrir ala ao som do hip-hop: esparso e percutivo, com melodias cantadas e vários limites à sentimentalidade.

Carey encontrou dificuldades ao tentar olhar para trás com a nostalgia disco de Glitter, que a empurrou para baixo em 2202 na EMI (com US$28 mi em vendas). Em seguida, ela tentou uma variedade de tipos de estilos – o R$B, rock, balada – na cautelosa Charmbracelet, no fim de 2002. Com The Emancipation of Mimi ela encontra seu equilíbrio ao conseguir reduzir suas ambições.

Atualmente, Carey está completamente no reino do rhythm-and-blues com o hip-hop redefinindo-o. Apesar disso, o atual R&B a aproxima da rua, e Carey tem dirigido limusines por um tempo um tanto longo.

Ela tentou dar o seu máximo ao fazer algumas batidas, registrando rappers e colocando músicas em clubes, começando pelo primeiro single do álbum, It’s Like That, um set eletro “vamos lá” para mexer o esqueleto de Jermaine Dupri.

Tentando se manter contemporânea, ela também faz alguns mimetismos, buscando a articulação dupla de Destiny’s Child em One and Only, e às vezes reduzindo sua voz ao processo de nasalização de Britney Spears.

Como fez desde o começo, Carey escreve suas próprias letras, e até a aproximação do fim gospel do álbum, ela canta sobre separações e reconciliações. Apesar da promessa feita pelo título do álbum (Mimi é o apelido de Mariah), não há nem mesmo um sinal de autobiografia, a menos que ele esteja escondido por trás de linhas como “Não vou deixar que nenhum drama de ninguém me aborreça”. Ela promete alegrias terrestres em Say Something e Your Girl, rompimentos via secretárias eletrônicas em Shake it Off, o ciúme que cresce em relação a uma antiga-namorada em Circles e desejos de uma segunda chance em Mine Again e I Wish You Knew, sempre mantendo as coisas o mais generalizadas possível.

Como outros cantores de R&B, Carey compra batidas de vários criadores. Eles geralmente trabalham com cantores e cantoras mais limitados que Carey, e seus colaboradores se encontram com ela de forma parcial. Neste álbum, os versos têm alcance estreito, os coros vão mais alto, e no final de algumas músicas (como Shake it Off), Carrey dá tons altos para servirem de fundo.

Ela sempre foi uma cantora de múltiplas vozes: não só aquelas estratosféricas sereias lamentosas, mas também com o tom conversacional de uma garota, de grandes gemidos, aprimorados melismas e de ciclos respiratórios. A maior parte daqueles maneirismos foram imitados pela geração de cantores American Idol (“ídolo americano”), que tendem a aplicá-los a esmo, efetivamente, como Carey sempre fez. Já em The Emancipation of Mimi, ela se disciplina dentro de uma coerência, usando menos truques e soando mais acreditável. Ela também percebe o que cantoras inferiores podem admitir como certo: uma certeza leveza que facilita seu constante senso de controle.

Cantores pop se acomodam ou se encontram no circuito nostálgico, e aos 35 anos, Carey prefere dar um salto na improvisação a olhar para trás. Ao se refrear e se recuar para se adequar às estruturas do R&B, ela faz dela mesma uma antagonista pop do século 21..