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Green Day leva punk e política aos estádios dos EUA
NOVA YORK (Reuters) –
A eleição presidencial norte-americana já ficou para trás, mas o Green Day continua a fazer campanha.
O trio pop-punk californiano levantou fundos para várias causas liberais no ano passado e incentivou os jovens a votar, como parte de um esforço para derrotar o presidente Bush na eleição de 2004.
Este ano, aproveitando o sucesso de seu novo álbum, “American Idiot”, a banda está pela primeira vez se apresentando em grandes estádios, aproveitando sua influência para conscientizar seus fãs politicamente e apresentá-los a organizações como Anistia Internacional e Greenpeace.
“No mínimo, faremos algum jovem questionar algumas coisas e aprender a pensar mais por conta própria”, disse à Reuters o baixista Mike Dirnt.
Álbum de teor político carregado, “American Idiot” foi lançado no outono norte-americano de 2004 e já vendeu mais de 3,1 milhões de cópias nos EUA, de acordo com a Nielsen Soundscan.
O álbum traz em sua capa a imagem de uma granada no formato de um coração sangrando. Ele contém duas canções de nove minutos de duração cada, em cinco partes — verdadeiras sinfonias, pelos padrões do punk.
A crítica descreveu o álbum como uma ópera rock e saudou sua denúncia da administração Bush e da mídia norte-americana como mudança inesperada de direção por parte de uma banda que irrompeu no cenário americano com um disco intitulado “Dookie”.
Nos shows do trio, o vocalista Billie Joe Armstrong diz ao público que as canções do Green Day não são antiamericanas, mas antiguerra.
“Se você pretende combater o terrorismo, você não ataca países — você impede que eles mergulhem na miséria e na fome, você perdoa a dívida deles”, disse Armstrong em entrevista recente.
“Você não se enxerga como o maior país do mundo, mas como o maior benfeitor do mundo. É assim que você pode construir um país mais forte em casa e aliados mais fortes, em lugar de povos que não têm respeito algum pela cultura ocidental.”
Indagado se o rock’n’roll pode salvar o mundo, Armstrong respondeu que isso depende dos fãs.
“Ele pode, sim, ser a trilha sonora da revolução — já vimos isso acontecer no passado”, disse o vocalista. “Depende das ambições das pessoas que fazem o rock.”