Rock completa 51 anos rebelde e agitado como nunca

13 de julho de 2005 Off Por OldSchool



51 anos, Elvis Presley, meio sem querer, inventou o rock. Misturou o blues negro com o bluegrass branco e fez nascer um dos gêneros musicais mais constantes da história. Neste 13 de julho, Dia Mundial do Rock, esse cinqüentão celebra também os 20 anos do Live Aid, o evento que consolidou de vez a trilha sonora da rebeldia. Mas as cinco décadas de vida não deixaram o gênero cansado. Em 2005, o rock está rebelde e agitado como nunca.

Passado e futuro têm vez na prateleira roqueira das grandes lojas de discos. White Stripes, Strokes e tantos outros que se ingfluenciam da música da década de 70 são tão sucesso quanto Foo Fighters ou Oasis. E assim, Audioslave, Coldplay e Green Day também acham seu espaço.

Após uma crise, quando tinha seus 35 anos, o rock amadureceu a ponto de não fechar seus olhos para outros gêneros. A mistura está liberada e é muito bem utilizada. Que o digam Linkin Park e Jay-Z, que amalgamaram metal e rap num dos discos de maior sucesso em 2004. Rebelde e liberal, com o rock pode tudo.

Um certo 13 de julho de 1985

A comemoração do Dia Mundial do Rock serve também para relembrar um dos maiores eventos musicais do planeta. Num certo 13 de julho de 1985, o Live Aid aconteceu após ser idealizado por Bob Geldof, da banda inglesa Boomtown Rats, como um evento para ajudar combater a fome na Etiópia.

Os shows foram realizados simultanenamente em Londres, na Inglaterra, e na Filadélfia, nos EUA. Os números do Live Aid impressionam, mesmo depois de 20 anos. Mais de 170 mil pessoas compareceram aos shows (100 mil nos EUA e 70 mil na Inglaterra). Pela televisão, o evento foi transmitido para 160 países e contou com a audiência estimada de 1,5 bilhão de pessoas.

Também pudera. Entre os nomes que participaram do Live Aid estavam astros de primeira grandeza do rock, como Judas Priest, David Bowie, Dire Straits, Queen, Sting, Phil Collins, Eric Clapton, Elton John, Paul McCartney, Jimmy Page, Robert Plant, U2, Ozzy Osbourne e The Who, entre muitos outros.

Muitos deles, inclusive, chegaram a se apresentar nos dois palcos. Foi o caso de Mick Jagger, que logo após terminar seu show em Londres, voou direto para os EUA para agitar o público que estava na Filadélfia.

Na contagem final, o Live Aid arrecadou mais de US$ 100 milhões para lutar contra a fome na Etiópia. Nada mais justo que o 13 de julho seja relembrado e celebrado todos os anos.

E nasce o rock and roll

Há cinqüenta anos, num distante 5 de julho de 1954, Elvis Presley, Scott Moore e Bill Black ensaiavam, sob a tutela de Sam Phillips, uma versão de I Love You Because
, de Leon Payne. As tentativas malsucedidas cansaram o trio. Durante uma pausa para o descanso, Presley arriscou alguns acordes de That’s All Right
, completamente fora do tempo original.

A nova versão, bem mais acelerada que o blues de Arthur “Big Boy” Crudup, empolgou Moore e Black, que voltaram a seus instrumentos para acompanhar o amigo. Antes de cair da cadeira estarrecido, Sam Phillips conseguiu apertar o botão de gravação da fita, para registrar o primeiro rock and roll da história.

Rock e rebeldia: amigos inseparáveis

No dia seguinte, 6 de julho, o trio novamente se reuniu na casa de Moore. O tema principal do encontro seria Blue Moon Of Kentucky
, um legítimo bluegrass assinado por Bill Monroe. Apesar da nova versão também pisar – e muito – no acelerador, Scott Moore advertiu Phillips que a combinação do blues (estilo tipicamente negro) do dia anterior e country (legítima trilha sonora dos brancos do sul dos EUA) poderia ofender algumas estações de rádio da região.

Onde Moore viu perigo, Phillips enxergou uma excelente oportunidade comercial e logo começou a prensar o que foi o primeiro compacto da lendária Sun Records. Se no dia anterior Presley fundou um nova escola musical, naquele 6 de julho de 1954 Philips inventou a rebeldia, que seria companheira inseparável do rock.

A festa em família

Neste meio século de vida o rock cresceu – e muito. Multiplicou-se exponencialmente e dividiu-se de forma até traumática. Como uma família, o rock and roll tem filhos, sobrinhos, cunhados e primos, brigas entre membros, discórdia, compreensão e muita agitação.

O rock é cinqüentão, sim, mas sob o signo da guitarra segue vigoroso e rebelde, e não dispensa a calça rasgada e jaqueta de couro. Nesse caso, como diria Chuck Berry, Let’s Rock
!

Fonte: Terra