15 de maio de 2005 Off Por OldSchool

SEXTA VOLTAREMOS COM O PANÁTICOS CINEMA

A PARTIR DAS 00H, FIQUE LIGADO!

 

Star Wars” deixa outros filmes em segundo plano em Cannes

 

Ocorreu o mesmo, mas por méritos próprios, com o medíocre filme italiano “Quando sei nato non puoi piu nasconderti”, de Marco Tullio Giordana.

Tanto o filme de Reygadas como o de Giordana concorriam neste domingo pela Palma de Ouro, o prêmio mais importante do festival, mas tiveram o azar de coincidir com a projeção, fora de competição, do terceiro episódio de “Star Wars”, que atraiu o interesse maior da imprensa especializada.

O filme de George Lucas possui os mesmos efeitos especiais dos anteriores e explica a transformação de Anakin Skywalker em Darth Vader – lorde do lado negro da força.

Além desta novidade, os fãs da saga voltarão a ver muitos combates entre naves e longas sessões de lutas com os luminosos sabres de luz que caracterizam os Jedi.

De um ponto de vista mais amplo, o filme de Lucas mostra a invasão do Estado pelos Sith que, com a desculpa de defender a liberdade e a democracia, acabam com a república, instauram a censura e a ditadura e edificam um império. Qualquer paralelismo com a realidade atual ocorre por conta dos espectadores.

O longa-metragem de Reygadas narra uma violenta história de culpa, sexo e poder. O motorista de um general e sua mulher seqüestram um menino e o matam acidentalmente.

Atormentado pela culpa, ele confessa o assassinato à filha do militar que, por prazer, trabalha em uma casa de prostitução.

A partir desta fase dos fatos nada é simples, mas é notório que uma tragédia deverá esclarecer a situação.

A religião, as mais escuras reviravoltas do ser humano e as perversões realizam um papel fundamental neste filme que também explora com sucesso a linguagem cinematográfica.

Reygadas nasceu em 1971 no México e, após cursar a faculdade de direito, foi morar em Bruxelas em 1997 e decidiu se dedicar a sua verdadeira paixão, o cinema.

Durante dois anos fez parte de uma equipe técnica integrada principalmente por pessoas sem experiência e rodou seu primeiro longa-metragem, “Japão”.

O filme, produzido por ele mesmo, foi apresentado em 2002 nos festivais de Roterdã e de Cannes, onde recebeu uma menção especial na seção Câmera de Ouro.

“Batalla en el cielo” é o seu segundo longa-metragem. A produção, neste caso, é principalmente francesa, mas também há uma parte belga e outra mexicana.

O protagonista, Carlos Hernández, não é um ator profissional, e sim um motorista que trabalha há 15 anos com o pai do diretor no Ministério de Cultura.

Já “Quando sei nato non puoi piu nasconderti” conta uma complicada e inverossímil história com cenas inacreditáveis. O filho de uma família rica embarca com seu pai num veleiro e, numa noite em que não consegue dormir, sai ao convés e cai acidentalmente ao mar.

Horas depois, quando as forças o abandonam e ele está afundando, ele é salvo por traficantes de seres humanos, que levam africanos, asiáticos e nativos dos países do leste europeu para a Itália. O jovem náufrago torna-se amigo de uma menina e um menino romenos.

Após várias peripécias, eles são resgatados pelas autoridades italianas que os levam a um acampamento para imigrantes ilegais.

Os espectadores aprendem os trâmites que as pessoas sem documentos devem seguir – o diretor não economiza nenhum trâmite burocrático – e observam a miséria da condição dos imigrantes e do abrigo.

O final é totalmente previsível, numa fita pouco organizada, didática e com um sentimentalismo exagerado que lembra as medíocres séries de televisão.

*Pronto, sra. concorrencia pode copiar e publicar em seu blog